Os 7 Orixás da Umbanda
- Osvaldo Cruz
- 2 de set. de 2018
- 3 min de leitura
Atualizado: 12 de mai. de 2019
Preparamos com muito carinho este material que traz um pouco sobre a doutrina trazida por Caboclo Mirim através de seu aparelho mediúnico Benjamim Figueiredo [1902 – 1986].
E assim, de forma única que ele descreveu cada Orixá dentro da Umbanda.
Em Umbanda: Escola da vida, Benjamim Figueiredo definiu assim as sete linhas:
OXALÁ é a Grande Árvore da Vida (Espírito) na sua manifestação, produzindo os frutos necessários para que nada se perca, podendo materializar-se com as partículas microscópicas de energia para formar, pela Lei da Condensação, a própria existência da Lei de OXÓSSI.
YEMANJÁ é aquela canoa que, navegando pelo grande oceano da vida, procura dar a sua mão amiga para que nada se perca, podendo tudo se transformar, prosseguindo seu caminho. Yemanjá é a própria vitalidade da vida espiritual para ajudar a energia a não se perder no abandono da sua partícula de Centelha de Vida. Por esta razão Yemanjá é para nós, na Lei de Umbanda, a própria Lei Suprema da Permanência e continuação da Realidade da Vida.
Sabemos que a Vida existindo, tem por finalidade saber de sua existência pela forma do conhecimento que chamamos de Xangô-Kaô.
Xangô-Kaô é a possibilidade de desenvolvimento consciente, para aprimoramento de grande aperfeiçoamento, de cada Centelha de Vida ou Espirito, nunca ir para o céu material que não existe, mas para a grandeza de cada vida espiritual que será aproveitada um dia, na formação de novos mundos, quando, então , serão necessárias vidas que tenham possibilidades de boa perfeição espiritual, dando ensejo, em colaboração com eles na chegada de novas vidas para aperfeiçoamento.
OXÓSSI é, na lei de Umbanda, a existência de tudo como produto de uma semente. Sabemos que não existe nada na vida que não tenha nascido como produto de uma semente. Portanto, a vibração de Oxóssi, é o produto dessa semente, não só no reino vegetal, mas também, pelo sentido real da vida, nos próprios minerais e animais. Até a existência de nosso mundo que não deixou de nascer por falta de uma Semente Cósmica. Oxóssi é a vida material do próprio Universo, onde, materialmente, tudo é energia e, espiritualmente, cada coisa que existe tem sua partícula de Centelha de Vida, que nós chamamos de Espírito, sem o qual nada poderia existir. Sabemos que a vida não tem tamanho, tem somente seu conteúdo, valor; e é este valor que se aplica para produzir os seus efeitos de utilidade. Isto é, na Lei de Oxóssi que a natureza traz para todos nós.
Temos em Xangô-Agodô a materialização feita pela forma de condensação, quando as energias que, por sua vez, possuem partículas intimas de Centelhas de Vida, se aglomeram para formarem o todo, de tudo aquilo que existe. A condensação de tudo o que existe é uma condição determinada pela Lei de Xangô-Agodô, formando a modelagem de cada coisa, para sua grande utilidade, a qual é sempre proporcional ao valor do conjunto condensado.
Temos, também, a Linha de Ogum que é a própria direção da vida, a qual não está subordinada às nossas vontades pessoais nem aos interesses profanos da vida pessoal de uma encarnação, mas sim, aquele caminho que nossa Centelha de Vida executa ao sair da Fonte da Vida em busca de seu aperfeiçoamento nas provas que terá de passar. A direção de Ogum é somente em aplicação à boa direção que a Centelha de Vida deverá saber aplicar.
Yofá, não é, para nós, somente uma escravidão de ritual, quando já sabemos que as Centelhas de Vida, não tem cor, não tem sexo. A natureza delas, é, em verdade, só espírito e, após o seu desencarne, o que prevalece é a tonalidade da alma, que é uma cópia fotostática de encarnação vivida, levando com ela o corpo mental e emocional que constituem as boas ou má impressões registradas no carma de sua Centelha de Vida. Yofá é a lei da boa aplicação da vida, do espírito no grande aproveitamento, cifrando-se em saber aplicar o silêncio supremo que a própria natureza da vida oferece num caminho mais curto de uma longe distância.
Osvaldo Cruz